Nascido no dia
22 de março de
1923 em
Estrasburgo (leste da França),
Marcel Mangel, nome do
mímico mais famoso do mundo,
Marcel Marceau, levou a arte da
mímica a patamares jamais alcançados, rodando o mundo como "
Bip", o grande personagem criado por ele em
1947 e que o tornou famoso.
Aluno de
Etienne Decroux, pioneiro da
mímica moderna, foi professor de arte dramática em
Paris e ao terminar a guerra mundial ingressou na companhia de
Madeleine Reanud e
Jean Louis Barrault onde se destacou no papel de
Arlequim.
De aparência frágil, mas com grande vivacidade,
Marceau foi o artífice do renascimento, após a
Segunda Guerra Mundial, da arte da
pantomima, que havia sido obscurecida pelo cinema mudo de
Charles Chaplin,
Buster Keaton e
Laurel e Hardy.
Única 'trupe' de
mímica no mundo nos anos
1950 e
1960, a
Companhia Marcel Marceau atuou nos principais teatros da França e do Mundo, fazendo grande sucesso.
De
1969 a
1971,
Marceau lecionou na
Escola Internacional de Mímica, antes de criar a
Escola Internacional de Mimodrama em
Paris no ano de
1978.
Apesar da idade avançada,
Marceau continuava fazendo no início dos anos
2000 cerca de
250 apresentações por ano no mundo
.
"
A mímica é uma arte que hipnotiza. É uma linguagem universal", dizia aquele que tinha descoberto sua vocação rindo, quando era criança, numa sala de cinema.
Filho de um açougueiro que morreu em
Auschwitz, campo de concentração nazista,
Marceau entrou na
Resistência Francesa em
1944.
"
As pessoas que voltavam dos campos de concentração não podiam falar, não sabiam como contar suas histórias. Eu me chamo Mangel e tenho origens judias. Talvez isso tenha influenciado inconscientemente na minha escolha pelo silêncio", afirmou
Marceau ao
Le Monde em
1997.
Conhecido em todo mundo por sua versatilidade teatral
mímica,
Marceau foi nomeado
Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas para o Envelhecimento, e foi agraciado com muitos prêmios, incluindo o
Deburau (
1948), além de dois
Emmy por seus programas de TV.
Conhecido em todo o mundo, o mestre dos mímicos esteve no
Brasil algumas vezes.
A última delas foi em
2005, quando, aos
82 anos, realizou uma turnê de despedida pela
América Latina, que o levou, além dos palcos brasileiros, a
Cuba, à
Colômbia e ao
Chile.Foi premiado na
França com as maiores condecorações oficiais
- Oficial de la Legión de Honor, Comendador de Las Artes y las Letras y Gran Oficial de la Orden Nacional del Mérito - era membro também da
Academia de Artes de Berlim e Munique.O
"Charlie Chaplin da mímica" foi casado três vezes e era pai de quatro filhos.
Fez notáveis incursões no cinema como ator, com
Roger Vadim em
"Barbarella" (
1968),
"Paganini" (
1989) e com
Mel Brooks em
"A Última Loucura de Mel Brooks" ("Silent Movie"), onde era o único personagem que falou
"Não!" no filme (
1976).