domingo, setembro 23, 2007

MARCEL MARCEAU

Nascido no dia 22 de março de 1923 em Estrasburgo (leste da França), Marcel Mangel, nome do mímico mais famoso do mundo, Marcel Marceau, levou a arte da mímica a patamares jamais alcançados, rodando o mundo como "Bip", o grande personagem criado por ele em 1947 e que o tornou famoso.

Aluno de Etienne Decroux, pioneiro da mímica moderna, foi professor de arte dramática em Paris e ao terminar a guerra mundial ingressou na companhia de Madeleine Reanud e Jean Louis Barrault onde se destacou no papel de Arlequim.

De aparência frágil, mas com grande vivacidade, Marceau foi o artífice do renascimento, após a Segunda Guerra Mundial, da arte da pantomima, que havia sido obscurecida pelo cinema mudo de Charles Chaplin, Buster Keaton e Laurel e Hardy.

Única 'trupe' de mímica no mundo nos anos 1950 e 1960, a Companhia Marcel Marceau atuou nos principais teatros da França e do Mundo, fazendo grande sucesso.

De 1969 a 1971, Marceau lecionou na Escola Internacional de Mímica, antes de criar a Escola Internacional de Mimodrama em Paris no ano de 1978.

Apesar da idade avançada, Marceau continuava fazendo no início dos anos 2000 cerca de 250 apresentações por ano no mundo
.
"A mímica é uma arte que hipnotiza. É uma linguagem universal", dizia aquele que tinha descoberto sua vocação rindo, quando era criança, numa sala de cinema.

Filho de um açougueiro que morreu em Auschwitz, campo de concentração nazista, Marceau entrou na Resistência Francesa em 1944.

"As pessoas que voltavam dos campos de concentração não podiam falar, não sabiam como contar suas histórias. Eu me chamo Mangel e tenho origens judias. Talvez isso tenha influenciado inconscientemente na minha escolha pelo silêncio", afirmou Marceau ao Le Monde em 1997.

Conhecido em todo mundo por sua versatilidade teatral mímica, Marceau foi nomeado Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas para o Envelhecimento, e foi agraciado com muitos prêmios, incluindo o Deburau (1948), além de dois Emmy por seus programas de TV.

Conhecido em todo o mundo, o mestre dos mímicos esteve no Brasil algumas vezes.
A última delas foi em 2005, quando, aos 82 anos, realizou uma turnê de despedida pela América Latina, que o levou, além dos palcos brasileiros, a Cuba, à Colômbia e ao Chile.

Foi premiado na França com as maiores condecorações oficiais - Oficial de la Legión de Honor, Comendador de Las Artes y las Letras y Gran Oficial de la Orden Nacional del Mérito - era membro também da Academia de Artes de Berlim e Munique.

O "Charlie Chaplin da mímica" foi casado três vezes e era pai de quatro filhos.
Fez notáveis incursões no cinema como ator, com Roger Vadim em "Barbarella" (1968), "Paganini" (1989) e com Mel Brooks em "A Última Loucura de Mel Brooks" ("Silent Movie"), onde era o único personagem que falou "Não!" no filme (1976).

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